A paralisação das obras do primeiro trecho do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Santos deve causar um prejuízo diário de R$ 3 milhões, incluindo gastos com maquinário, áreas locadas para canteiro de obras e salários dos 930 trabalhadores do empreendimento. Os cálculos, feitos pelo secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, foram apresentados ontem, em coletiva de imprensa, após o Ministério Público ingressar com ação cautelar solicitando a interrupção dos serviços em Santos.
Caso as obras parem, Fernandes teme que os custos aumente, complicando a conclusão do projeto, tendo em vista que o valor do contrato de licitação para obras já foi aditado em 22%. Esse percentual se aproxima do limite permitido por lei, de 25%. Realizada em novembro, a medida foi necessária para a construção do pátio de trens no Porto.
Outra preocupação é em relação à execução de contratos dos serviços complementares ao Veículo Leve Sobre Trilhos, como os novos semáforos, o Centro de Controle Operacional e os trens. Já estão em fase de produção, na Espanha, 22 composições, das quais três chegarão pelo Porto de Santos daqui a dois meses. “Estamos falando de contratos que somam R$ 1 bilhão, dos quais R$ 400 milhões são recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mais R$ 300 milhões já foram liberados por financiamento da Caixa Econômica Federal”, afirma o secretário.
No Paço Municipal, o prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) voltou a defender os benefícios da passagem do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pelo canteiro central da avenida Francisco Glicério. “A cidade de Santos está convencida que este traçado é o melhor para a cidade, por isso a prefeitura deu autorização para que esta obra venha a se desenvolver. A sociedade espera quase duas décadas pelo VLT, que irá beneficiar cerca de 100 mil pessoas por dia com transporte ágil e menos poluente”, explicou o prefeito Paulo Alexandre, que apresentou simulação em vídeo sobre como o trajeto pelo canteiro central contribuirá para a mobilidade urbana do município.
O diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Joaquim Lopes da Silva Júnior, classifica como “ruído” a análise do Ministério Público (MP) sobre o traçado do VLT. “Durante todo o momento no projeto, o traçado está no canteiro central. Inclusive na audiência pública realizada em 2009, isso (traçado na antiga linha férrea) não foi questionado”, declara.
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