
Evento celebra data e luta por uma sociedade mais acolhedora e igualitária
A inclusão e a alegria tomaram conta da Avenida Rei Pelé (Ponta da Praia), em frente à escultura “Amo Santos”, na manhã deste sábado (22). O som dos tambores da Bateria Mordida de Tubarão e as vozes do Coral Tamtam embalaram a Caminhada de Conscientização da Síndrome de Down/T21, que reuniu cerca de 350 pessoas em celebração e luta por uma sociedade mais acolhedora e igualitária.
O evento, promovido pela Coordenadoria de Políticas para a Pessoa com Deficiência (Codep), ligada à Secretaria da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos (Semulher), com apoio de instituições parceiras, contou ainda com o projeto Capoeira para Todos, do Mestre Márcio, o Grupo de Dança Prof. Thiago, alunos da Apae Santos e a presença de dois cães do canil da Guarda Civil Municipal (GCM).
“Mais do que uma confraternização, este é um momento especial que mostra para a sociedade que a inclusão é um dever de todos nós, independente de você ter alguém com síndrome de Down/T21 na família ou não”, afirma a titular da Semulher, Nina Barbosa. Para ela, é essencial a garantia da autonomia das pessoas atípicas. “É importante o acesso a uma educação de qualidade e ao mercado de trabalho, precisamos fortalecer a consciência de que essas pessoas podem estar onde e como elas quiserem, em qualquer lugar”.
A caminhada é feita em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Síndrome de Down/T21, celebrado em 21 de março, terceiro mês do ano, em referência à trissomia do cromossomo 21, alteração genética que caracteriza a síndrome. “O evento vem fortalecer as políticas públicas já aplicadas no Município para as pessoas com deficiência, com a junção de várias entidades junto ao poder público e à sociedade civil para darmos muito mais visibilidade ao tema e garantir o espaço e pertencimento das pessoas na Cidade”, explica a coordenadora da Codep, Cristiane Zamari.
Quem também se juntou à festa foi a vice-prefeita de Santos e secretária de Educação, Audrey Kleys. “É um evento fundamental para dar luz a um tema muito importante, mas que muitas pessoas ainda não enxergam. Este é um mês de juntar todos em uma grande rede da boa informação, da necessidade de inclusão de forma responsável, para que o poder público faça a sua parte, entendendo o quanto precisamos avançar junto com todas essas famílias em algumas questões, principalmente na educação, para que a gente consiga uma sociedade com mais qualidade de vida”, afirma.
FESTA E LUTA
Na linha de frente da caminhada, ajudando a segurar a faixa com os motes do evento: “Suporte para quem precisa. Todos juntos apoiando a inclusão”, Bárbara Costa, 15 anos, usa uma tiara com a palavra “alegria” escrita em letras douradas. Ela tem síndrome de Down/T21 e representa fielmente a palavra que carrega durante o evento. “Está muito legal a nossa caminhada”, exclama.
A mãe de Bárbara, a ativista Denilze Lourenço, 60, ajuda a promover caminhadas como a de sábado há 11 anos. “Conseguimos apoio da Prefeitura e agora estamos no calendário oficial de eventos municipais. Desde o começo, o objetivo é o mesmo: acabar com o preconceito, com ideias como a de que a síndrome de Down é uma doença e que é transmissível, dar visibilidade e informar que, com acesso a terapia e a educação de qualidade, eles podem levar uma vida normal e são como qualquer outra pessoa”.
“Este ano conseguimos trazer muito mais pessoas. A gente deseja que o dia 21 de março seja todos os dias do ano, que as pessoas entendam os direitos e respeitem eles e a capacidade das pessoas com qualquer deficiência”, complementa a empreendedora e artesã Cristina Atanes dos Santos, 45.
Mãe de três crianças, Cristina levou dois de seus filhos, Isabella Atanes dos Santos Chicória, 12, e Miguel Atanes dos Santos Chicória, 10, para a caminhada. A programação foi aprovada pelos pequenos: “eu gosto”, afirma Isabella, que tem síndrome de Down/T21 e passou a manhã brincando com os amigos e o irmão. “É um evento muito importante para representar as pessoas”, complementa Miguel, que tem transtorno do espectro autista (TEA) e também aproveitou o dia de sol na caminhada.
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