Surf

Ed Groggia vira novo integrante do ‘Brazilian Storm’ e afirma: ´É muita pressão’

01/03/2025 Matheus Vieira

O circuito mundial de surf acaba de ganhar mais um brasileiro em seu plantel. O estreante Edgard Groggia é o único brazuca dentre os onze novos atletas que iniciam sua jornada no WSL.

 

Animado em ingressar na elite do esporte, Ed destaca o peso de representar o Brasil em águas internacionais. “É uma sensação única. As pessoas colocam uma expectativa em cima da gente e eu espero poder corresponder com isso. Estou trabalhando duro, me dedicando bastante. Eu fiz um bom começo de ano e estou anotando tudo o que preciso fazer para me tornar um atleta melhor e um ser humano melhor durante esse processo.”

 

O surfista garantiu sua vaga no Championship Tour Surf (CT) da WSL em outubro de 2024 após boa colocação do Challenger Series, em Saquarema (RJ), e agora integra o chamado “Brazilian Storm” junto de Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo. “É muita pressão estar do lado desses nomes. Eu me sinto na obrigação de estar no nível deles. Toda vez que eu estou dentro d’água eu vejo os caras realizando umas manobras aéreas bizarras, surfando de um jeito diferente, um approach diferente, pegando tubo e manobras de borda… E eu sei que eu tenho potencial de fazer essas mesmas coisas, mas eles têm o ‘a mais’, então estou aprendendo com eles e muito feliz em fazer parte deste seleto grupo”, destaca.

 

“Apesar disso, nada mudou. O Edgard de hoje ou de 5, 6 anos atrás é o mesmo. Ainda estou no processo de errar, perder, ganhar e aprender. Óbvio que agora mais maduro e experiente, e ficando mais experiente a cada dia”, conta Groggia.

 

Groggia já deu início ao seu sonho e disputou duas etapas do CT em 2025, uma no Havaí, fazendo sua estreia no berço da modalidade, e outra em Abu Dhabi.

 

Na competição no Havaí, em Pipeline, o surfista da Fupes, conseguiu avançar de fase, um resultado importante e impressionante para um rookie. Ed disputou a bateria com mais dois surfistas: Seth Moniz, atleta da casa, que ficou em primeiro e levou uma das duas vagas, e Yago Dora, considerado um dos favoritos desta temporada, que ficou de fora.

 

Groggia foi eliminado na terceira etapa da competição pelo medalhista olímpico e atual campeão mundial Ítalo Ferreira.

Já em Abu Dhabi, Edgard disputou a repescagem após ficar em terceiro lugar na disputa contra o vencedor, Connor O’Leary e o segundo lugar, o norte-americano Jake Marshall.

 

A principal diferença entre essas duas competições é o “campo do jogo”. No Havaí, Ed surfou no mar, na natureza. Já em Abu Dhabi, a disputa foi mais moderna, na primeira piscina de ondas artificiais a usar água salgada no planeta.

 

“É outro esporte. É totalmente diferente, mesmo com piscina de água salgada. A onda é diferente, a competição, as baterias… O formato do evento em si fica diferente, pois é tudo feito pelo tempo. Cada onda tem um tempo para surgir, cada surfista tem uma onda de cada vez. No mar, mesmo que cada lugar tenha uma onda diferente, acaba sendo igual o funcionamento do esporte. Na piscina muda tudo”, afirma. “São pouquíssimas oportunidades, na piscina, você tem que esperar sua vez de cair da onda e torna mais difícil”, finaliza.

 

Entretanto, ser diferente não é necessariamente ruim. Ed destaca que o aumento da popularidade das piscinas poderia, inclusive, até gerar um outro tipo de surfe, numa espécie de separação entre o futebol de campo e o futebol de salão.

 

“Facilmente é possível criar outra liga pois são coisas totalmente diferentes, a praia e a piscina, que podem ter atletas diferentes. Eu acho que as coisas estão se encaminhando para isso. Os eventos de piscina estão ficando mais populares e tomando seu próprio formato. Eu acho isso muito bom para o surfe pois abre portas para mais patrocinadores, atletas e afins”, afirma.