
A Santos do futuro terá mais mudanças na paisagem do que as promovidas pelas gigantescas edificações já finalizadas ou em construção (e que impactam a cidade). E um único empreendimento será capaz de mudar, de maneira definitiva, a vida de bairros historicamente tranquilos. Jabaquara e Marapé estão se preparando para a chegada do Litoral Plaza Santos.
A nova obra do Grupo Peralta irá englobar o maior shopping de Santos, com 90 mil m², além de torres comerciais e residenciais e um parque verde de 5 mil m². Será construído no entorno do Estádio Ulrico Mursa, da Associação Atlética Portuguesa. “O projeto urbanístico e arquitetônico foi aprovado pela Prefeitura em agosto de 2024 e o Grupo Peralta continua a dialogar com o Poder Executivo local para definir o cronograma das obras. A empresa entende que um projeto desse porte obviamente necessita de um estudo aprofundado, que não apenas preveja os impactos em seu entorno, mas, também, traga soluções eficientes para mitigá-los”, adianta o superintendente do Litoral Plaza, Martinho Polillo.
A estrutura utilizará técnicas de construção com pré-moldados. O objetivo é minimizar os impactos à vizinhança. As cinco futuras torres (comercial e residencial) irão respeitar distanciamentos de até 150 metros entre um e outro edifício, para assegurar a circulação de ar e evitar o aquecimento local e da região, além de estarem posicionadas de um modo que evite sombreamento nas residências que já existem.
Com relação ao trânsito, que deve sofrer impactos durante a execução das obras e, principalmente, após a entrega do empreendimento, Martinho diz que há planejamento para as duas fases. “Todo o perímetro será devidamente sinalizado e todas as etapas serão alinhadas e previamente divulgadas. E já há um estudo aprovado pela prefeitura para realizar intervenções que irão garantir uma infraestrutura adequada no atual traçado da região, com a criação de novas ruas e acessos para evitar congestionamentos”. O novo traçado, citado pelo superintendente, destinará diversas vias para o acesso de clientes e veículos utilitários que realizam transporte e fornecimento de mercadorias.
Entre as principais estão as ruas Joaquim Távora, Frei Cincinato Braga e as avenidas Francisco Manoel, e Senador Pinheiro Machado.
O estacionamento previsto no complexo (residencial + comercial) contará com 4,6 mil vagas, sendo 80% delas no subsolo e 20% em um estacionamento vertical. A ideia é que o espaço atenda aos estádios Urbano Caldeira (do Santos FC) e Ulrico Mursa em dias de jogos. Dois terços do total de vagas serão destinados ao shopping.
Mais concreto. Mais verticalização. Pior: em uma área que era pública, vendida sem nenhuma discussão com a sociedade sobre o destino que a coletividade considerasse o mais adequado.
Era a última grande área verde da ilha, que poderia ser transformada em parque com fins científicos, ou centro de pesquisa e formação esportiva, gerando tanto ou mais emprego e renda (e desenvolvimento) locais.
Mas não. Mais shopping. Mais prédio. Mais vaga pra automóvel.