
Se durante décadas Santos carregou o estigma de cidade para início ou término da jornada profissional, o que se observa hoje é que tal conceito mudou. Não é, necessariamente, uma tendência, mas, ao mesmo tempo em que jovens em início de carreira ‘sobem a serra’ em busca de oportunidades (e salários) melhores em São Paulo, há os que optem pela permanência na cidade.
São jovens que não pensam em afastar-se do convívio familiar, nem das ofertas de lazer na cidade onde nasceram. Mas um fator mostra-se decisivo: a qualidade de vida.
“A cidade de Santos tem se transformado em um polo atrativo para os jovens profissionais. Com o advento da pandemia, os jovens perceberam que não é necessária uma aposentadoria ou uma doença para que haja qualidade de vida”, diz a professora Andrea Deis, doutora em Administração e gestora de carreira. Para a profissional, Santos atende a valores e perspectivas de diversos profissionais.
“Antes, falava-se que as pessoas que iam para Santos estavam mais próximas da aposentadoria. Esses valores foram reposicionados. Cada vez mais vemos essa busca por Santos, principalmente por estar próxima a São Paulo. E a cidade une esporte, educação, lazer e saúde”.
A diversificação econômica é outro ponto, na visão da especialista. “A cidade não é só portuária, Tem também turismo, indústria, comércio, serviços e está abrindo oportunidades para vários segmentos. Essa diversificação econômica vem fazendo com que se tenha uma flexibilidade maior para os jovens”.
Carreiras nas áreas de Engenharia (principalmente Civil e de Produção), Administração, Tecnologia da Informação e Saúde são as que mais têm segurado os jovens na cidade. Para Laércio Silva, Gestor do Polo Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de Santos, o porto, o setor imobiliário, o crescimento das startups locais e a expansão de empresas ligadas à saúde têm gerado demanda constante por profissionais capacitados. Áreas como Gestão de Negócios Digitais e Comércio Exterior também atraem muitos alunos e oferecem boas perspectivas de crescimento.
“Muitos jovens têm optado por exercer suas funções em Santos, especialmente aqueles que trabalham em empresas ligadas a setores estratégicos. O porto e a proximidade com a capital paulista tornam a cidade um ponto ímpar para empresas nacionais e multinacionais.
Andrea viu de perto o crescimento no número de jovens que permanecem em Santos durante o período em que teve maior contato com a cidade, quando passou por uma especialização em Neurociência. “Eu descia na quinta-feira e subia no domingo. Santos oferece qualidade de vida, com áreas de lazer e prática de esportes muito próximas”.
Há, ainda, incentivos governamentais e empresariais, empreendedorismo e qualificação profissional, o que atrai empresas, na visão da especialista. “Logística e comércio exterior, turismo, veterinária e entretenimento têm recebido investimentos. Tecnologia da informação também está em crescente. Santos se tornou o centro de base e ajuda para outras cidades litorâneas”.
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