Projeto gera discordância entre Cubatão e a companhia que administra o Porto de Santos
O diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, afirmou que vai se reunir com o prefeito de Cubatão, Cezar Nascimento (PSD), para debater o projeto que prevê a instalação de um pátio regulador para caminhões na área conhecida como Ilha do Tatu, próximo ao Viaduto Mário Covas.
Pomini defende a idealização do projeto, citando sua importância para a logística do complexo portuário santista, mas a proposta gera discordância entre o Município e a companhia que administra o Porto de Santos, desde a publicação do contrato de cessão firmado com a empresa Condilog Operações, vencedora do processo licitatório.
Com contrato válido por 35 anos, a empresa teria de entregar as obras até 2028, conforme previsto no edital, para início das operações. Os investimentos para o empreendimento são da ordem de R$ 3 bilhões.
Pomini afirmou que já fez a apresentação do projeto ao ex-prefeito da cidade, Ademário Oliveira, e que fará o mesmo com o atual chefe do executivo de Cubatão. O presidente do Porto de Santos defendeu que o diálogo será constante.
“Nós, desde o primeiro momento, defendemos o diálogo. Já apresentei o projeto ao ex-prefeito e é preciso que o prefeito atual conheça os detalhes do projeto. Toda a operação portuária nova traz consigo alguns conflitos entre moradores e o progresso da operação”, afirmou.
Pomini reiterou que espera se reunir com o prefeito para receber os pleitos da comunidade local, que poderão servir como contrapartida da construção do pátio.
“Estaremos reunidos com o prefeito, certamente, e ele entenderá a importância dessa infraestrutura e terá a oportunidade de poder apresentar quais os pleitos da sociedade e da comunidade local para que o porto possa impor essas contrapartidas ao novo operador do espaço”, disse.
A área cedida pertence à União, tem pouco mais de 410 mil metros quadrados e está incluída na Poligonal (porto organizado). Deste espaço, 106.600 mil m² serão reservados para estacionamento de caminhões, com capacidade para 500 vagas.
“O Porto recebe 20 mil caminhões todos os dias e muitas vezes, eles são estacionados de forma desordenada, e a obrigação da Autoridade Portuária é organizar e estabelecer locais apropriados. Nosso projeto é justamente na entrada das cidades, onde os caminhões já trafegam atualmente, e a Ilha do Tatu tem essa configuração. Instalado ou não esse futuro pátio, os caminhões já trafegam por aquele local”, argumentou o presidente da APS.
Uma reunião entre a Autoridade Portuária e a Prefeitura de Cubatão sobre o tema deverá acontecer ainda neste mês de fevereiro.
Prefeitura contesta
Após a confirmação da assinatura do contrato da empresa vencedora da licitação, a Prefeitura de Cubatão divulgou uma carta, assinada pelo prefeito Cezar Nascimento, em que se posiciona contra a idealização do empreendimento.
O Município argumentou a falta de diálogo e demonstrou preocupação pela área se tratar de uma área de preservação ambiental. Além disso, o Plano Diretor de Cubatão não permite tal atividade na área.
Em conjunto com a prefeitura, a Câmara de Vereadores do município, durante sessão extraordinária no mês passado, ratificou o posicionamento do prefeito.
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