Crônica

O Plano Tabajara para matar Lula e Moraes

06/12/2024
Divulgação/Polícia Federal

Nessa questão do plano dos kids pretos para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, dois pontos são fundamentais:

  • A linha imprecisa que separa o planejamento da execução foi ultrapassada?
  • A não-concretização da matança se deve a uma decisão dos autores do plano ou a fatores externos que não dependeram da vontade deles?

Essas definições ficam para os juristas e para a justiça.

No âmbito da crônica cabe só a tentativa de desenhar a bizarrice do episódio. 

A Polícia Federal efetuou no dia 19/11 a prisão dos 4 militares das Forças Especiais e de um policial federal envolvido no plano.

O comandante do grupo é um general da reserva, Mário Fernandes. O cargo que ele ocupava enquanto elucubrava que tipo de veneno deveria ser usado para matar o Lula ou calculava o ponto do trajeto do Alexandre de Moraes em que a bomba deveria ser colocada, era o de secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência da República. Trabalhava no Palácio do Planalto, no mesmo prédio em que ficava o chefe, Jair Bolsonaro.

Foi na impressora do gabinete dele que o plano foi impresso duas vezes. Minutos depois da segunda impressão, ele foi conversar diretamente com Bolsonaro.

Duas das atribuições da Secretaria Geral são:

  • Fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas do diálogo entre a administração pública e a sociedade civil.

9) Coordenar as relações políticas do governo com os segmentos da sociedade civil.

Será que em algum momento esse general desse Plano Tabajara fez alguma coisa parecida com isso? Será que algum dia ele leu essas atribuições definidas em lei? Será que ele tem ideia do que sejam esse diálogo e essas relações políticas?

Uma frase dele nesse planejamento é: “Quatro linhas é o c…alho”. Diálogo para ele deve ser tiro, porrada e bomba.

Aí vamos em direção a outro militar preso nessa operação, o tenente-coronel Rafael de Oliveira. Esse outro deixou a pista que levou a Polícia Federal ate o grupo. Comprou um telefone celular e para se manter invisível e anônimo, usou a foto de uma Carteira Nacional de Habilitação de um civil que tinha se envolvido com ele num acidente de trânsito em Brasília. O dedo dele saiu na foto. E o Instituto Nacional de Identificação chegou até ele pelo reconhecimento da digital. É Tabajara ou não é?

Forças Especiais do Exército !!!

Os juristas e a justiça vão decidir se foi crime ou não. Mas você leitora / leitor já pode decidir se foi bizarro, se foi patético, se foi ou não foi um pastelão completo. Esses kids pretos merecem a cadeia pelas lambanças, pela exposição de uniformes e patentes do Exército brasileiro a esse vexame?  

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