A convocação de uma manifestação em sua defesa no próximo dia 25, na Avenida Paulista, é mais que uma irresponsabilidade e revela, mais uma vez, o caráter do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro é um Messias fake.
Já demonstrou isso várias vezes, ao jogar aos leões amigos e admiradores que se encrencaram por seguir caninamente aquele a quem chamam de “mito”.
Que o digam os réus e presidiários do fatídico dia 8 de janeiro de 2023.
Com medo de ser preso, Bolsonaro faz uma aposta arriscada.
Afinal, quem em sã consciência pode considerar uma boa ideia levar uma multidão de fanáticos para uma manifestação “pacífica” num local marcado por protestos políticos?
Na verdade, Bolsonaro apenas quer enfrentar o STF e as instituições, como fez ao longo de seus quatro anos de governo, sem pensar nas consequências.
Seu propósito único é promover o caos para evitar uma estadia no presidio da Papuda.
Espera, “com o povo ao seu lado”, emparedar o STF.
Mas, se der tudo certo, a multidão de fanáticos gritar “mito, mito, mito”, o que muda na situação de Jair?
Absolutamente nada.
Ele continuará sendo inelegível e investigado por tentar dar um golpe militar para permanecer no poder, com alto risco de ser julgado e preso, dada a quantidade de evidências de crimes por ele cometidos.
Jair aposta no “estouro da boiada”, em confusão, quanto mais melhor, e ele dirá que não teve culpa alguma, como sempre faz.
Terá sido apenas o povo lutando por liberdade.
O problema é que o novo gesto aloprado de Jair arrasta consigo o governador Tarcísio de Freitas, que tem se mostrado um político equilibrado, capaz de dialogar com amplos setores da sociedade.
Algo inaceitável para Jair.
Há um ditado que diz que o político experiente segue seu líder até a morte, dá os pêsames para a viúva, acompanha o funeral, mas não se atira na cova reservada ao falecido.
O que Jair deseja é que Tarcísio de Freitas, em nome da lealdade, faça mais que acompanhar o funeral…
