Fronteiras da Ciência

A Inveja

10/12/2023
A Inveja | Jornal da Orla

Conta uma lenda que uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.

Ele fugiu rápido, com medo da feroz predadora. A serpente nem pensou em desistir.

O inseto fugiu um dia. Ela não desistiu. Dois dias. E ela continuou a persegui-lo.

No terceiro dia, sem forças, o vaga-lume parou e disse à perseguidora:

Posso te fazer três perguntas?

A serpente ficou surpresa com a ousadia de quem ela pretendia devorar. Entretanto, respondeu:

Não costumo abrir esse precedente para ninguém. Mas como vou te devorar mesmo, pode perguntar.

Pertenço à tua cadeia alimentar?

Claro que não. -Esclareceu de imediato, a cobra.

Eu pratiquei algum mal contra ti? – Tornou a indagar o vaga-lume.

Não -disse ela.

Então, por que você quer acabar comigo?

A cobra deu um suspiro e esclareceu:

Porque eu não suporto te ver brilhar.

[com base em psicografia de Raul Teixeira e na Red. do Momento Espírita]

A cada passo, na estrada humana, encontramos a sombra da inveja. Raramente a pessoa admite que é invejosa, embora se torture intimamente por causa desse mal.

O invejoso se sente arder por dentro cada vez que se vê impossibilitado de ter o que os outros têm, de fazer como os outros fazem ou de ser como os outros são.

O mais lamentável é que, por não conseguir ou não desejar se esforçar para chegar aonde o outro chegou, tudo faz para derrubá-lo.

É comum que monte calúnias, divulgue mentiras, espalhe malquerenças.

Tudo como se desejasse se vingar daquele cujo grande erro está em se sobressair em inteligência, em ações, em haveres materiais.

A inveja é essa força perturbadora que enceguece o invejoso.

Tanto que ele não se apercebe de que se lutasse como os outros lutam, se trabalhasse como os outros trabalham, se estudasse como os outros estudam, por certo poderia conquistar o que é objeto da sua inveja.

Aprendamos a comentar positivamente os bons feitos das pessoas.

Cumprimentemos com honestidade os que se apresentam com qualquer virtude que ainda não conquistamos.

Pensemos que ninguém é igual a ninguém. Cada qual é portador de possibilidades e conquistas diferentes.

E que muitos e diversos são os desfechos nos caminhos humanos.

Uns utilizam as mãos para extrair melodias do teclado. Outros as utilizam para cirurgias.

Uns brilham na oratória. Outros se servem da palavra para o consolo e a esperança.

Uns escrevem leis, outros compõem poemas.

Aprendamos a viver contentes em toda e qualquer situação.

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