Santos

Palestra sobre formas de combater a violência contra mulher, em Santos

10/10/2023
Isabela Carrari

Gabriela Martinez

Nessa manhã de terça-feira (10), foi apresentada uma palestra sobre maneiras de combater a violência contra mulher, sendo que oitenta por cento dos casos de violência contra a mulher são registrados na casa da vítima, sendo cometidos pelo pai, marido, companheiro, namorado e ex-marido.

Organizado pela Coordenadoria de Políticas para a Mulher (Comulher) da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos da Prefeitura de Santos, Diná Ferreira Oliveira. Ela proferiu a palestra ‘Violência contra a Mulher’ na Escola da Saúde, órgão ligado à Secretaria da Saúde de Santos, para servidores da pasta. O Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher é lembrado no dia 10 de outubro.

“O agressor só vai ser violento com quem ele quer controlar”, afirma Diná. Ela alertou sobre comportamentos abusivos como demonstrações de ciúmes excessivo e situações em que a mulher recebe ofensas e humilhações. A responsável pela Comulher afirmou que tem notado casos de violência contra a mulher mesmo entre os mais jovens. “Os namorados já estão agredindo. A questão da ‘posse’ da mulher ainda é muito forte”.

Alertas sobre como identificar as maneiras de violência contra a mulher se tornam mais relevantes ao ver os números registrados em Santos: em 2021 foram 2.056 casos; em 2022, 2.464 casos e, até julho deste ano, 2.494 registros. Diná Ferreira Oliveira faz um destaque nestes números, citando que durante o período mais crítico da pandemia de covid-19 houve aumento de casos de violência sexual, dentro dos lares, pelo confinamento em si e excesso de uso de álcool e drogas.

A coordenadora do Comulher afirma que a decisão de fazer a denúncia cabe sempre à vítima. Não é raro, as mulheres que passam por essa situação enfrentam atitudes como uma sensação de culpa, medo da solidão, fragilidade e, em alguns casos, até falta de apoio família.

O resultado disso são as estatísticas que mostram o tempo médio para se fazer uma denúncia de violência contra a mulher chega a 8 anos, por elas enfrentarem medo, dependência econômica e outras consequências.

Dentre as vítimas mais velhas, citou Diná, muitas foram criadas com crenças do tipo “ruim com ele, pior sem ele” sobre as relações abusivas. Uma servidora que teve participação da palestra contou que cresceu ouvindo pessoas dizendo a seu pai frases do tipo “passou de consumidor a fornecedor”, uma forma de violência verbal que coloca as mulheres como mercadoria.

Veja como denunciar o agressor:

As mulheres vítimas de violência em Santos devem procurar a Delegacia de Defesa da Mulher, que fica na Rua Assis Corrêa, 50, Gonzaga, –  contato é o (13) 3225-4222 -, ou a delegacia de polícia mais próxima e registrar o boletim de ocorrência.

É recomendado acionar a Coordenadoria de Assistência Judiciária Gratuita e Orientação Jurídica ao Cidadão (Cadoj), que atende na Rua General Câmara, 5, 14° andar, Centro Histórico. Contato (13) 3201-5632. Ou também a Defensoria Pública do Estado, na Rua João Pessoa, 241, Centro Histórico. Telefones (13) 3221-3591 e 0800-773-4340.

As denúncias também podem ser encaminhadas ao portal www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br   ou whatsApp (61) 9610-0180.