A épica jornada humana pelas estrelas
O céu sempre atiçou a curiosidade humana. Há registros de pinturas rupestres retratando fenômenos celestes que certamente impressionaram os antigos. O universo continua sendo um grande desconhecido, mas a comunidade científica vem promovendo emocionantes descobertas: expandimos o olhar sobre o espaço profundo, espiamos planetas e galáxias distantes, sentimos a vertigem dos buracos negros e já sabemos quando o Sol se extinguirá e, portanto, quando será o fim da linha da Terra.
Nosso universo é mais um livro que enriquece a literatura produzida por grandes astrofísicos para nós, leigos. A autora tece com muita desenvoltura os avanços na investigação do cosmo, as dificuldades enfrentadas pelos primeiros grandes nomes da astronomia (principalmente em face da igreja) e expõe, de forma acessível, os fenômenos e engrenagens fundamentais do universo.
Quanto mais nos inteiramos do que aconteceu e acontecerá no cosmo, mais nos maravilhamos ao olhar para a abóbada celeste. As buscas pela vida alienígena, por uma irmã quase gêmea da Terra e pelo multiverso são pautas primeiras das mentes mais brilhantes do mundo. A jornada heroica da humanidade rumo ao extraordinário trará encantamentos, perplexidades e certamente surpresas inimaginadas.
Motivos para ler:
1- Jo Dunkley, jovem astrofísica e professora da Universidade Princeton, estreou na literatura com este livro. É uma das mentes brilhantes que guiará as pesquisas mais fascinantes do porvir;
2- A astronomia sempre foi um reduto dos homens. Mulheres, no passado recente, eram proibidas de operar os grandes telescópios. A luta feminista vem mudando o mundo para melhor, de modo que hoje temos um livro dessa natureza escrito por uma mulher. Enfim, uma visão feminina do cosmo;
3- Aprofundar o conhecimento sobre o universo requer uma postura de humildade. Existimos numa fração ínfima de tempo no espaço e possivelmente deixaremos de existir sem qualquer relevância para o universo. Isso não é insignificante, muito ao contrário: aí está a preciosidade rara de cada vida em meio a um universo hostil e, até prova em contrário, sem vida extraterrena.
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