A fé não é adquirida de rompante. Necessita ser pensada, estudada, reflexionada. O exercício inicia com a contemplação da natureza.
Narra certa lenda que um homem entrou em uma loja e se aproximou do balcão.
Quem estava atendendo era uma criatura maravilhosa. Tão bela que parecia uma fada, dessas saídas de contos infantis.
O homem olhou para os lados e perguntou:
–O que é que você tem para vender?
Com um sorriso lindo, a jovem respondeu: –Todos os dons.
O homem arregalou os olhos, manifestando interesse, e quis saber se era muito caro.
–Não -foi a resposta –aqui, nesta loja, tudo é de graça.
Ele olhou, maravilhado.
Havia jarros cheios de amor, vidros repletos de fé, pacotes de esperança e caixinhas de sabedoria.
Resolveu fazer o seu pedido: –Por favor, quero muito amor, um vidro de fé, bastante felicidade para mim e toda a minha família.
Com presteza, a moça preparou tudo e lhe entregou um embrulho muito pequeno, que cabia na sua mão.
O homem se mostrou surpreso e perguntou outra vez:
–Será possível? Está tudo aqui mesmo? É tão pequeno o embrulho!
Sorrindo sempre, a jovem explicou:
–Meu querido amigo, nesta loja, onde temos todos os dons, não vendemos frutos. Concedemos apenas as sementes.
[com base em texto de R. Anatoli Oliynik e na Red. do Momento Espírita]
As sementes das virtudes se encontram em nós. Somos a loja dos dons. O que necessitamos é investir na semeadura.
Se desejamos que frutifique o amor, é preciso que nos disponhamos a amar. E o exercício começa quando executamos bem as tarefas que nos constituem dever.
Cada tarefa, cada ação executada com devoção, como algo muito precioso.
Prossegue no trato familiar, com pais, irmãos, cônjuges e se amplia no rol das amizades.
Depois, atravessa a cerca dos afetos e passa a agir nas relações de trabalho e entre aqueles que simplesmente encontramos na rua, no ônibus, no mercado, no banco.
A fé não é adquirida de rompante. Necessita ser pensada, estudada, reflexionada. O exercício inicia com a contemplação da natureza.
Observação da florada da primavera, as flores que desabrocham em pleno inverno, aquelas que resistem aos dias extremamente quentes.
Há tanto a aprender com os ciclos de vida, as estações. Os dias frios, os dias quentes, o sol, a lua, as estrelas, as árvores que balançam ao vento e as flores multicoloridas nos jardins.
A felicidade frutifica quando, plenos de amor e de fé, vivemos cada dia com intensidade, sem igual, saboreando cada minuto como se fosse o único, o último, o derradeiro.
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