Há pessoas que não conseguem exprimir seus sentimentos e dão impressão de frieza ou indiferença
Gaby tinha muito ciúme da caçula, do seu sorriso charmoso, da sua personalidade cativante e de todos os demais talentos, que ameaçavam seu lugar como filha principal.
Por isso, ela competia, silenciosamente, com a irmã.
Por causa desse ciúme silencioso, raramente se falavam. Gaby procurava oportunidades para criticá-la e superar seus feitos.
Certo dia, sem saber explicar como, ela tropeçou no diário da irmã.
Gaby não mediu consequências. Não considerou a privacidade, a moralidade de suas ações, nem seus sentimentos.
Apenas saboreou a chance de encontrar segredos suficientes para sujar a reputação da que considerava sua concorrente.
Apanhou o diário e o abriu. Folheou as páginas, procurando por seu nome, convencida de que descobriria tramas e calúnias.
Quando encontrou, o sangue gelou em seu rosto. Era pior do que ela suspeitava.
Sentiu-se tão fraca que precisou se sentar. Não havia nenhuma conspiração, nenhuma difamação.
Havia uma descrição sucinta de si mesma, dos objetivos e sonhos de uma garota de 13 anos, seguidos por um curto resumo da pessoa que mais a inspirava.
Foi então que Gaby começou a chorar.
Ela era a heroína da caçula, que a admirava por sua personalidade, suas realizações. Ironicamente, por sua integridade.
Ela queria ser como a irmã mais velha. Por anos, a tinha observado, maravilhando-se com as escolhas e ações delas.
Gaby parou a leitura, golpeada pelo crime que havia cometido.
Ela tinha perdido tanta energia para manter a irmã fora do seu caminho.
E, agora, pior que tudo, violara a sua confiança.
Lendo o diário, pareceu-lhe derreter uma barreira gelada em seu coração e desejou conhecer a irmã, de verdade.
Finalmente, podia pôr de lado a insegurança tão boba que a fizera manter-se distante.
Naquela tarde, arrependida, decidiu ir até a irmã mais nova.
Dessa vez, queria conhecer em vez de julgar, queria abraçar em vez de lutar e viver como verdadeiras irmãs.
[com base em texto de Elisha M. Webster e na Red. do Momento Espírita]
As vezes, imaginamos que alguém não gosta de nós e que deseja nossa infelicidade.
Há pessoas que não conseguem exprimir seus sentimentos e dão impressão de frieza ou indiferença.
Por essa razão é que o pré-julgamento é altamente prejudicial.
Dessa forma, se for preciso imaginar os sentimentos dos outros, façamos esforços para cogitar sempre o melhor.
O ciúme nos mantém distanciados, por vezes, de pessoas afetuosas, de caráter nobre.
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