Fronteiras da Ciência

Peça inútil

09/09/2022
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Possuímos tesouros incalculáveis, mas nossos olhos não descobrem seu valor, sua beleza

Pedro era um homem pobre. Jardineiro, ganhava a vida no trabalho diário com flores e plantas.

Certo dia, ele se dirigia para casa quando viu, no caminho, um homem prestes a ser assaltado.

De imediato, foi em socorro do desconhecido. Graças à sua interferência, os dois ladrões fugiram sem causar danos físicos ou financeiros.

Reconhecido, o quase assaltado resolveu premiar o seu salvador. Por ser um rico mercador e possuir muitas e ricas peças, tomou de uma caixa amarela e a deu ao jardineiro.

Pedro foi rápido para casa. Mal podia conter sua curiosidade.

O que será que lhe teria dado o rico senhor?

Como a caixa pesasse, ele pensou que poderiam ser muitas moedas de prata.

Ao abrir a caixa para conhecer as preciosidades que ela devia conter, ficou desiludido.

Era somente um castiçal de metal escuro e pesado.

O jardineiro ficou muito aborrecido.

Convencido do desvalor do presente, ele o jogou a um canto. Desprezado, o objeto ficou rolando pela casa.

Em certo momento, o objeto serviu de calço para um móvel instável.

Como as dificuldades de Pedro se avolumassem, ele precisou sair daquela casa e foi morar em outro local. Levou consigo quase tudo que possuía, mas o castiçal ficou, afinal era imprestável.

Ora, aconteceu que tempos depois, a casa foi ocupada por um músico.

Olhando para o esquecido castiçal, teve a impressão de que deveria ser uma peça interessante.

Tirou-lhe o pó e o livrou das manchas que o recobriam. Viu que, na base da peça, havia várias figuras: um belo navio, que parecia vencer as ondas e uma bailarina graciosa, que dava a impressão de dançar no meio de um lindo jardim.

Quanta beleza! Tratado como uma preciosidade, foi mostrado a várias pessoas.

Finalmente, um rico colecionador de antiguidades o adquiriu, por uma fortuna incalculável.

O que nas mãos de Pedro fora uma peça inútil e desprezada, se transformou em verdadeira riqueza, aos olhos inteligentes do novo ocupante da casa.

[com base em Malba Tahan e na Red. do Momento Espírita]

Assim como o jardineiro, somos alguns de nós. Possuímos tesouros incalculáveis, mas nossos olhos não descobrem seu valor, sua beleza.

De todas as preciosidades, que Deus depositou nas nossas mãos, os maiores tesouros são os do afeto, que abençoam nossa vida, fazendo a grande diferença para nossos dias.

Pode ser um cônjuge dedicado, uma mãe extremosa, um filho, pais amorosos, um amigo sempre pronto a nos socorrer, nos estimular.

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