É preciso identificar o tipo de distúrbio para definir o tratamento
Ansiedade, medo e fobia são sentimentos que atrapalham a vida da pessoa e, caso não seja diagnosticada a causa, a tendência é o agravamento da situação. A psicóloga Sueli Cominetti Corrêa, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, explica que é preciso identificar exatamente que tipo de distúrbio acomete o paciente para definir o tratamento.
Ansiedade
A ansiedade é uma reação psicofisiológica, ou seja, uma reação física e emocional. A sensação da pessoa é de apreensão e inquietação. Pode ser despertada por inúmeros motivos que são interpretados por nós como preocupação, angústia, sensação de alerta, mas não é gerada por um perigo concreto e evidente.
Algumas ocorrências rotineiras podem ser vistas como mais ameaçadoras do que de fato são, e quando esta situação persiste por seis meses se caracteriza um quadro de transtorno de ansiedade. Aparecem sintomas como insônia, dificuldades em relaxar, angústia constante, irritabilidade, dificuldade em se concentrar. Hora de procurar um profissional.
O diagnóstico deve ser feito por profissional da área que vai analisar os sintomas, a intensidade e persistência do quadro. Em determinadas situações, o psiquiatra poderá prescrever remédios. Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem a persistir quando não tratados.
Um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que o Brasil possui, se comparado a todos os outros países do mundo, o maior número de pessoas ansiosas. São 18,6 milhões de brasileiros que sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade.
Medo
Medo é uma resposta emocional localizada, ou seja, despertada por uma ameaça percebida como iminente e real. Por exemplo, um incêndio. A pessoa tem clareza de qual é a situação geradora e as reações e mobilizações corporais, como aumento da tensão muscular e batimentos cardíacos; concentração de força e vigilância ocorrem na direção de preparo para possível luta ou fuga.
Fobia
Fobia é um medo desproporcional frente a uma situação, excessivo e não-transitório. É chamado popularmente de medo irracional pois o especificador (aquilo do qual a pessoa tem fobia) não traz, necessariamente, nenhum perigo iminente para a pessoa. Por exemplo, medo de barata e agorafobia (pavor de usar transporte público, elevadores, ficar em fila)
Quando não tratada, a fobia afeta diretamente a rotina e as relações do paciente, gerando sofrimento e limitações em várias formas de convivência.
“Os medos e fobias devem ser diagnosticados por profissionais experientes e é importante apoio para que a causa correta de tais reações seja identificada. O tratamento pode envolver terapia, ou terapia com uso combinado a medicamentos. O importante é que o paciente entenda seus limites, buscando ajuda quando isso começa a atrapalhar sua vida no aspecto emocional, social e profissional”, finaliza Sueli.