Guarujá foi o Município com o maior número de parasurfistas na competição
Quatro atletas do parasurfe de Guarujá brilharam e subiram ao pódio nas finais do Campeonato Mundial de Parasurfe ISA, na praia de Pismo Beach, realizadas no sábado (11), na Califórnia, EUA. Alcino Neto (Pirata) e Mike Richard Vaz sagraram-se campeões. Malú Mendes e Miguel Flávio ficaram com a vice posição em suas diferentes classes.
Com este resultado, Pirata chega ao seu terceiro título, seguido por Mike Richards que conquista o bi-campeonato da competição. Malú também buscava o bi, não conseguiu, mas garantiu um honroso segundo lugar, a exemplo de Miguel, estreante na disputa.
Organizado pela Associação Internacional de Surf (ISA) entre os dias 8 e 11 de dezembro, o campeonato reuniu 134 atletas que representaram 24 Países, em nove diferentes classes esportivas. O Brasil contou com 11 paratletas, dos quais, quatro eram de Guarujá.
Quem são os campeões e vices
Alcino Neto – Parasurfe Stand 3* – Atleta profissional de surf adaptado e natural de Guarujá. Tri campeão mundial de parasurfe. Começou a surfar aos oito anos de idade. Sofreu um acidente de moto (atropelado) aos 15 de anos, foi socorrido mas, devido a gravidade dos ferimentos, teve sua perna esquerda amputada.
Mike Richard Vaz – Parasurfe Stand 1* – Atleta profissional de surf adaptado. O seu nome foi escolhido pelo pai, o shaper Isaac de Souza, em homenagem ao australiano Mark Richards, tetra campeão mundial de surf. O guarujaense inciou no surf aos cinco anos de idade, conquistou alguns títulos, colecionou mais de 300 troféus, porém, um acidente de moto tirou todos os movimentos de seu braço direito. Dentre os seus principais feitos está o bi campeonato mundial de parasurfe.
Miguel Flávio – Parasurfe VI-2* – Surfista da Prainha Branca, em Guarujá, estreante na competição mundial. Pratica surf com apenas 5% da visão no olho esquerdo e 10% do direito. Principal colocação, vice campeão nesse mundial da Califórnia.
Malú Mendes – Parasurfe Stand 2* – Filha do técnico Paulo Kid, Malú, ao nascer foi diagnosticada com uma paralisia cerebral, patologia que não a atrapalha em praticar a atividade esportiva que mais ama. Sagrou-se a primeira brasileira da história a vencer o mundial do parasurfe feminino em 2020. Após a decisão de sábado, soma agora um título e um vice da modalidade.
*Parasurfe Stand 1 – É uma disciplina para surfistas com deficiência na parte superior do corpo que surfam as ondas em pé.
*Parasurfe Stand 2 – Para os surfistas com limitação da parte inferior do corpo, abaixo do joelho ou de tamanho pequeno que surfam as ondas em pé.
*Parasurfe Stand 3 – Para os surfistas que surfam ondas em pé com uma restrição da parte inferior do corpo.
*Parasurfe VI 2 – Para os surfistas que tem acuidade visual e ou campo de visão limitado.
Para o técnico Paulo Kid, responsável pela equipe guarujaense, eles superaram os seus prognósticos. “Muito embora tivessemos conhecimento da qualidade individual de cada um deles, conquistar dois títulos e dois vices no principal campeonato do mundo, é se aproximar ao ápice da perfeição”, comenta.
O secretário de Esporte e Lazer da Prefeitura de Guarujá, ficou impressionado com os resultados. “Tenho dito constantemente que a Ilha de Santo Amaro é um dos maiores celeiros na formação de atletas para o mundo. Só o fato de termos quatro, dos 11 surfistas que representaram o País no mundial, já seria motivo de felicidade, com as conquistas então, nem se fala. Estamos muito orgulhosos dos nossos paratletas do surf. Parabéns, vocês foram fenomenais”, argumentou.
A ISA está trabalhando para incluir o parasurf nos Jogos Paralímpicos de 2028, na cidade de Los Angeles.
