Filmes e Séries

Resenha da semana: Alerta vermelho

26/11/2021
Reprodução

O que acontece quando se reúne três dos atores mais carismáticos de Hollywood na produção mais cara da história da NETFLIX? A principio, podemos afirmar que seria uma excelente oportunidade em transformar este longa em uma franquia milionária, porém quando o nome destes astros se torna maior do que a história em si, essa oportunidade pode se transformar em um problema e por tudo por água abaixo. Em nenhum momento, Alerta Vermelho esconde a pretensão de ser um blockbuster, com seus três astros principais sendo adorados pelo público e que arrastam fãs para qualquer projeto que possam realizar. Mas, ao mesmo tempo em que Alerta Vermelho se apoia no carisma desse trio, ele acaba automaticamente sendo sabotado por isso, com um resultado muito menor e mais decepcionante do que se poderia imaginar.

Em Alerta Vermelho, num mundo de crimes internacionais, quando a Interpol emite o alerta vermelho, o melhor investigador do FBI, John Hartley (Dwayne Johnson) entra em cena para localizar e capturar um dos criminosos mais procurados do mundo, “O Bispo” (Gal Gadot), a ladra mais bem sucedida em roubos de obras de arte do mundo inteiro e a mais procurada também. Para isso, Hartley precisará se unir com o pior dos piores, Nolan Booth (Ryan Reynolds), para se colocar em um ousado plano de assalto para capturar O Bispo. Esta grande aventura vai levar o trio ao redor do mundo, desde selvas até pistas de dança e prisão isolada, mas para isso terão que aguentar o pior de tudo constantemente um na companhia do outro. Mas quando se junta um investigador e dois ladrões tudo pode acontecer. A impressão que fiquei, foi que o diretor Rawson Marshall Thurber se sentiu intimidado diante de nomes tão grandes, deixando os atores livres para fazerem, e serem, o que quiserem. Nada justifica seu orçamento, sendo que o longa não possui uma única cena de ação memorável, tirando talvez a luta entre os três protagonistas, onde vemos suas silhuetas na sombra cercada por um fundo de luz vermelha. Tudo é muito genérico e, como foi rodado durante a pandemia, fica visível que a boa parte do investimento (tirando o cachê do trio de atores) foi na criação de cenários, que são extremamente inverossímeis (uma prisão russa que não parece uma prisão e reparem na cena da floresta e me digam se aquelas plantas não são artificiais). O diretor comanda o longa pelo ritmo da ação desenfreada a qualquer custo, realizando todas as cenas com o clichê dos cortes rápidos onde não consegue se identificar quem é quem. Thurber não consegue impor um senso de urgência ou perigo, uma vez que todas as ações dos personagens desafiam a veracidade juntamente com suas vidas, sendo que tudo acaba com uma frase de efeito engraçadinha, fato que me tirou várias vezes do filme.

Outro ponto que contribuiria para a entrada do público naquele universo, está na superficialidade de seu roteiro, também assinado pelo diretor. A trama consiste basicamente em uma perseguição e busca pelos três ovos de ouro da Cleópatra e a briga por ele passando por diversos países. É simples, preguiçoso, sem desenvolvimento de personagens, com reviravoltas previsíveis mas eficiente para quem gosta de algo com ação. Há quem possa dizer que é exatamente isso que os fãs querem ver, já que a carreira deles foi inteiramente feita em cima deste tipo de personagens.

Por mais interessante que seja acompanhar a química entre eles e rir de suas piadas, não há como se engajar na história e com seus personagens, simplesmente por não existirem personagens ali. The Rock é o mesmo de Jumanji, assim como Reynolds só faltou colocar a máscara de Deadpool e continuar as piadas de 3 em 3 segundos. Gal Gadot também não escapa, com piadas ensaiadas e um péssimo timing cômico.

Alerta Vermelho não se esconde do título de “produto”, com um óbvio interesse no sucesso que fará na plataforma e em suas eventuais continuações.

Curiosidade: Por conta da pandemia as filmagens foram todas feitas em Atlanta.

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