O Embaré nasceu Tupi-Guarani. O nome indígena, Mbaràa-Hé, faz referência à água do mar, quando os habitantes da região central de Santos tinham a recomendação de ir à praia, seja para se curar de alguma doença ou para se reconectar com a natureza. O significado, “águas de curam”, cai bem em um dos bairros mais antigos da cidade, que faz aniversário nesta segunda-feira (16).
Haja história nesses 144 anos. Os primeiros empreendimentos surgiram com Visconde do Embaré, um herdeiro de uma família de comerciantes, que teve a lucidez de compartilhar sua riqueza com a cidade. A partir daí foram construídos uma escola e um hospital e a primeira capela, que deu origem à Basílica Menor de Santo Antônio, símbolo do bairro.
Ao redor da igreja o bairro cresceu e passou por intensas transformações. Os antigos chalés à beira da praia, aos poucos, deram lugar aos prédios, que tomaram a orla. O famoso CPE (pra quem não sabe ou não lembra, Centro de Paquera do Embaré) fervilhava nos anos de sua construção. E, depois de muito tempo esquecido, o local foi repaginado e hoje vive um grande momento, com quiosques que possuem novas propostas e que atraem muita gente. Especialmente, os jovens, que não abrem mão de ir para casa sem antes tomar um chope gelado ou petiscar alguma novidade.
Melindrados, alguns moradores reclamam porque, na hora de solicitar um serviço ou receber uma correspondência, o Embaré sequer aparece na lista de bairros, fazendo com que acabem cadastrando seus endereços como Boqueirão. Mas não há como pensar Santos sem o Embaré. Apesar de movimentado – por ser rota obrigatória para quem vai à Ponta da Praia – ele é tão charmoso que, às vezes, parece que o tempo passa devagar por lá. A prova disso é o fato de o bairro ser escolhido como moradia por muitos idosos.
Seguro, familiar, bem localizado, com variedade de estabelecimentos e serviços, colado na praia… Não é à toa que o Embaré é um dos bairros com mais qualidade de vida e mais especiais de Santos.
Foto: Arquivo/Jornal da Orla
