Datas Comemorativas

O Natal para todos os povos

23/12/2017
O Natal para todos os povos | Jornal da Orla

O nascimento mais famoso de todos os tempos tem mais de 2000 anos. A história é bem conhecida. Uma mulher pobre, Maria, foi escolhida para dar a luz a um menino que seria considerado como o filho de Deus. A vida de Jesus de Nazaré tinha um propósito: demonstrar a benevolência do Criador para com a humanidade e ensinar o amor. É por isso que séculos depois a narrativa ainda é lembrada, recontada e celebrada.

Apesar de a Bíblia não fazer referência à data exata do nascimento de Cristo, o dia 25 de dezembro foi escolhido pela Igreja Católica em 354 d.C., pelo Papa Julio I, para substituir a festa pagã do nascimento do Deus Sol, no solstício de inverno. À época, eram comemorações que duravam 12 dias, tempo que os três Reis Magos, Melchior, Baltazar e Gaspar, levaram para chegar até a cidade de Belém para entregar presentes a Jesus.

A força da história conquistou fiéis em nações que nunca tinham sequer ouvido falar sobre o menino de Nazaré. E, apesar de o Cristianismo ter se estabelecido por vários continentes, nem todas as culturas absorveram a tradição de celebrar o 25 de dezembro. Algumas apenas adaptaram a data às suas tradições. Para outras, é um dia comum. Saiba como as principais religiões celebram – ou não – o Natal.

Católicos


Como tradição, os católicos comemoram a data em família, em alusão à Sagrada Família, formada por Maria, José e o Menino Jesus. Quem mora em outras cidades ou países, costuma viajar para estar cercado dos familiares no dia 25. Antes da tradicional ceia e da troca de presentes, é comum os católicos irem à igreja para a missa religiosa. A Missa do Galo é a principal delas.

Evangelismo 
Embora sigam os preceitos cristãos, o Evangelismo é subdividido em diversas doutrinas que seguem diferentes interpretações da Bíblia. Alguns grupos evangélicos comemoram o Natal assim como os católicos, em 25 de dezembro. Outros não celebram a data por não terem certeza quanto ao dia exato do nascimento de Jesus. É o caso das Testemunhas de Jeová e da Congregação Cristã no Brasil. Já a Assembleia de Deus e a Presbiteriana comemoram o Natal com o simbolismo da presença de Cristo entre os homens, refletindo sobre sua vida e exemplo.

Matrizes africanas


Yemanjá, Yansã e Oxum são entidades comemoradas ao longo do ano nas religiões de matrizes africanas, como a Umbanda e o Candomblé. Ambas têm, no mês de dezembro, um simbolismo  especial. Os umbandistas associam Jesus Cristo a Oxalá, considerado o maior orixá de todos. No dia 25, os seguidores agradecem à entidade que, segundo sua crença, comanda todas as forças da natureza. Já no Candomblé, alguns terreiros mantêm um ritual especial em alusão à data, mas a prática não é  obrigatória em todos os centros.

Judaísmo


Os judeus não comemoram o Natal e o Ano Novo na mesma época que os demais povos. Os seguidores desta religião acreditam na existência de Jesus, mas não mantêm uma relação de divindade com ele. Na noite de  24 de dezembro, comemoram o Hanukah, que em hebraico significa festa das luzes. A festa que dura oito dias, é muito popular em vários países tanto quanto o nosso Natal. Em Nova York, por exemplo, os estabelecimentos que vendem enfeites natalinos também vendem o Menorah, candelabro de oito velas que é considerado o símbolo da festividade judaica.

Islamismo


Ao contrário das religiões cristãs – para as quais Jesus é o enviado de Deus – o Islamismo dá maior relevância aos ensinamentos de Mohamad, profeta que teria vivido entre os anos 570 e 632 depois de Cristo. Para eles, Mohamad teria vindo ao mundo completar a mensagem de Jesus e de outros profetas. Em relação à celebração do Natal, os muçulmanos mantêm uma relação de respeito, mas não o consideram sagrado a ponto de celebrar.  As principais festas religiosas islâmicas são o Eid El Fitr, comemoração após o término do mês de jejum (Ramadan) e o Eid Al Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus.

Hinduísmo


Com apenas uma minoria cristã e grande população devota de Shiva e Ganesha, dezembro não é um mês que faz aflorar o espírito natalino no coração dos indianos, que possuem festas específicas para celebrar seus deuses.  Os hare krishna apenas aproveitam a data para demonstrar seu respeito pelas outras formas de manifestação religiosa.

Taoísmo


O taoísmo, religião que predomina na China, não tem nenhuma celebração no Natal. No entanto, em algumas datas, os taoístas celebram o nascimento de grandes mestres ou sua ascensão. Os poucos chineses cristãos comemoram o Natal decorando suas  árvores de Natal, chamadas de árvores de luz, com lanternas, flores e enfeites de papel.

Budismo


Apesar de ser considerada mais do que uma religião, o Budismo pode figurar nesta lista. Os seguidores da filosofia de Buda não celebram o nascimento de Jesus Cristo, mas admiraram as qualidades daqueles que lutam pela humanidade e, por isso, respeitam a tradição estabelecida. Para eles, Jesus é considerado um “Bodhisattva” – um ser de sabedoria elevada, que ama a humanidade ao ponto de se sacrificar por ela. A data mais importante para os budistas é chamada Visakha Bucha, já que os adeptos celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, seu fundador.

Espiritismo


Assim como o Budismo, o Espiritismo não é considerado uma religião. Os espíritas acreditam no nascimento de Jesus, mas não que tenha ocorrido em 25 de dezembro. Mesmo assim, os seguidores de Allan Kardec aproveitam a data para reunir a família. Apesar de crerem em Cristo, os espíritas não reconhecem a sua morte. Para eles, a verdadeira vida é a espiritual.