Considerada problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a hipertensão arterial é também chamada de “inimigo silencioso”, pois não costuma apresentar sintomas. Sem fazer alarde, ela afeta pessoas de todas as idades e condições sociais e, atualmente, não poupa sequer as crianças e os adolescentes.
“No momento, os estudos mostram que, assim como acontece com os adultos, histórico familiar, obesidade, sedentarismo, maior ingestão de sal e menor de potássio são fatores de risco que contribuem para o aparecimento da hipertensão arterial na infância. Já na adolescência, o cigarro, consumo de bebidas alcoólicas e de outras drogas, assim como o uso de anabolizantes e de pílulas anticoncepcionais, pesam também como fatores de risco para o surgimento da doença”, esclarece Celso Amodeo, cardiologista e especialista em hipertensão arterial do HCor (Hospital do Coração).
Segundo ele, a elevação da pressão arterial na infância representa fator de risco para que a enfermidade se manifeste, mais tarde, na vida adulta. “Filhos de pais hipertensos devem redobrar os cuidados com a prevenção desde cedo, porque pressão alta é uma doença hereditária, crônico-degenerativa que ataca os vasos sanguíneos e pode provocar lesões graves no coração, cérebro, rins, membros e outras grandes artérias do nosso corpo”, alerta.
Cuidados começam na infância
Celso Amodeo enfatiza a importância de estimular desde cedo a prática regular de atividade física e introduzir dieta balanceada, com mais frutas e verduras, menos gorduras saturadas e açúcar. Outra medida indispensável é controlar o consumo de alimentos industrializados ricos em sal.
A recomendação do cardiologista é que todas as crianças a partir de três anos de idade e os adolescentes devem medir a pressão arterial com regularidade nas consultas médicas de rotina. Abaixo dessa idade, a pressão deve ser aferida, quando há suspeita de hipertensão secundária a outras condições de saúde.
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