O processo de mudança em uma sociedade – em um período de normalidade democrática – costuma ser lento e gradual. Mas o Brasil parece ter se tornado uma exceção, tamanha a rapidez com que estão acontecendo grandes e, até então, inimagináveis mudanças. 
 

Durante a semana nada menos do que dois ex-governadores do Rio de Janeiro foram presos; também estão na cadeia os maiores empreiteiros do país, ex-ministros e o ex-poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. E o político mais popular da história recente do país, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, corre o risco de seguir o mesmo caminho. É fato que a história do Brasil já pode ser dividida em dois períodos: antes e depois da Operação Lava Jato.
 

O Brasil, que está sendo passado a limpo, vive a mais grave crise política e econômica de sua história, mas não foram apenas as roubalheiras que afundaram as finanças; os privilégios, que atingem todos os poderes, custam bilhões de reais aos contribuintes e são uma das principais causas da desigualdade social.
 

A prisão de poderosos elevou a tensão política em Brasília e o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros, ele próprio ameaçado pela Lava Jato, tenta aprovar leis que, na realidade, objetivam pôr um freio nas operações que investigam políticos e poderosos. Calheiros não percebeu os ventos da mudança e, principalmente, que a Lava Jato veio para ficar, haja vista que conta com o apoio maciço da população brasileira.
 

Os bandidos travestidos de políticos e empresários que estavam acostumados a saquear o país vão ter de aperfeiçoar seus métodos e, ainda assim, saber que correm o risco de viajar a Curitiba ou acabar no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde já estão os ex-governadores Anthony Garotinho e Sérgio Cabral. Para eles, a casa caiu!
 

O Brasil agradece.