Feita em parceria com a BBC, custou mais de 13 milhões de dólares e levou mais de 6 anos para ser produzida.
São 498 músicas e 2.400 fotos que traçam a trajetória do Jazz desde o seu início, e têm mais de 12 horas e meia de duração.
Na época do seu lançamento, foi tão importante para a popularização do Jazz, assim como os Festivais da Record foram para a nossa MPB nos anos 60, tamanha a sua qualidade e abrangência.
É indispensável assistir com calma a cada um dos DVD’s da coleção para que você descubra todo o fascínio da história humana e muito rica do Jazz.
O destaque vai para a cuidadosa e marcante edição de imagens, principalmente as fotografias e filmes raros da época, áudios incríveis, depoimentos de críticos, jornalistas e músicos. A Consultoria Musical ficou por conta do competente e versátil trompetista Winton Marsalis, um dos maiores expoentes do Jazz, que nasceu em New Orleans, berço do Jazz, onde tudo começou.
Alguns dos personagens que você vai encontrar em várias minibiografias: Louis Armstrong, Duke Ellington, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Miles Davis, Thelonious Monk, John Coltrane, Glenn Miller, Chet Baker, Billie Holliday, Sarah Vaughan, Herbie Hancock e muitos outros. Tenho certeza que você vai se emocionar ao ver uma centena de momentos raros e clássicos de um século inteiro da História do Jazz.
Meu destaque vai para a sequência inédita dos saxofonistas Charlie Parker e Coleman Hawkins em 1950, um filme experimental do clarinetista Benny Goodman em 1929 e um super 8 caseiro do pianista e band-leader Duke Ellington, ao lado da sua orquestra na estrada. É preciso ressaltar que alguns nomes importantes do Jazz não fizeram parte do documentário. Nem por isso, a beleza e a sua real importância devem ser descartadas. Ainda é possível encontrar a caixa com a Série “Jazz” no mercado. Recomendo.
George Benson – “Tenderly”
Destaco esta semana algumas das provas inequívocas de que o guitarrista e cantor americano George Benson é um genuíno músico de Jazz.
Apesar de ter alcançado muito sucesso na carreira com “hits” comerciais, que explodiram nas paradas, ele nasceu num berço jazzístico e teve alguns lançamentos pontuais, que marcaram ainda mais seu talento peculiar.
O CD “Tenderly” do ano de 1989, lançado pelo selo Warner Bros., é a primeira prova da minha afirmação.
Ao lado de McCoy Tyner no piano, Ron Carter no contrabaixo, Herlin Riley, Louis Hays e Al Foster na bateria e Lenny Castro na percussão, ele realizou um grande disco.
Um time de músicos que tem uma vasta folha corrida de serviços prestados ao Jazz e que dispensam maiores comentários. E também merece destaque uma afinada orquestra de cordas dirigida por Marty Paich.
A produção do trabalho foi assinada pelo genial Tommy Lipuma, seu amigo de longa data, competente produtor e alto executivo de grandes gravadoras, e que onde toca suas mãos transforma tudo em puro ouro.
O repertório escolhido também é primoroso e muito refinado, reunindo alguns clássicos e temas surpreendentes.
Destaco as baladas cantadas “You Don’t Know What Love Is”, “Stardust” (que me fez lembrar o inesquecível Nat King Cole) e “Here, There And Everywhere” (uma homenagem de arrepiar aos Beatles) e as instrumentais “Stella By Starlight” e “I Could Write A Book”. A levada latina em “At The Mmbo Inn” é contagiante e o tema “Tenderly”, solado exclusivamente por Benson, é de arrasar.
Um disco clássico e indispensável para você que gosta de ouvir o melhor do Jazz com este excepcional guitarrista e cantor. Imbatível e muito inspirado.
George Benson – “Big Boss Band Featuring The Count Basie Orchestra”
A segunda prova é o arrojado trabalho lançado no ano seguinte (1990), também pelo selo Warner Bros. e que contou com a participação muito especial da The Count Basie Orchestra, liderada pelo saxofonista tenor Frank Foster.
“Big Boss Band” é uma continuidade natural de “Tenderly”, desta vez contando com uma super-orquestra composta por dezoito músicos de primeira linha e mais a The Robert Farnon Orchestra, que deu o colorido das cordas ao disco.
Benson se associou muito bem à “usina sonora” da Orquestra de Basie, que mesmo sem a participação do seu grande líder e fundador, não deixa dúvidas na sua sonoridade. Encorpada, arrojada e por vezes mais agressiva.
Podemos conferir o tema “Basie`s Bag” que George Benson compôs especialmente para marcar a rara oportunidade de duelar musicalmente com uma Big Band. Também merecem destaque as baladas “How Do You Keep The Music Playng” que foi interpretada ao lado da cantora Carmen Bradford, “Skylark” e “Portrait Of Jennie”, belo arranjo que contou com uma orquestra de cordas. E mais “Whithout A Song”, “Walkin’ My Baby Back Home” e “Ready Now That You Are”, no mais puro som a “La Basie”.
Só faço uma recomendação: som na caixa e uma boa viagem musical. Jazz da melhor qualidade.