Em visita a Santos, o senador Álvaro Dias (PV) afirmou que o Brasil passa por uma seleção de crises, “econômica, política e moral”. Para ele, o primeiro projeto do presidente Michel Temer (PMDB) deve ser conquistar a credibilidade. “Não é uma tarefa fácil, num mundo de desesperança”, disse. “A população foi às ruas não pedir apenas a troca, foi pedir mudanças de comportamento. Gostaria de ver no governo Temer esta mudança, mas não posso semear a ilusão”, afirmou.
O senador destacou a necessidade de se fazer as reformas tributária e do sistema federativo, para uma distribuição mais justa dos recursos, e salientou ser fundamental mudar o sistema de pagamento da dívida pública. “Ela alcança hoje mais de R$ 4 trilhões. O Brasil gasta metade do que arrecada com o pagamento de juros e serviços da dívida. Neste ano, são R$ 1,328 trilhão”.
Vergonha e armação
Álvaro Dias classificou a decisão de “fatiar” a condenação de Dilma Rousseff (perda do mandato, mas manutenção dos direitos políticos) como “uma vergonha, uma armação, um conluio”. Segundo ele, não é preciso ser jurista para perceber que rasgaram a Constituição. “Basta saber ler”.
O senador não descarta a possibilidade de se candidatar a presidente em 2018. “Existe o sonho de ser presidente, mas também existe o sonho de se aposentar. Isso por conta da descrença e das generalizações. Primeiramente, é preciso ver se há apelo popular e depois se o partido quer, quem ele quer como líder de um projeto de nação”, finaliza.
Os brucutus da PM
No protesto contra o presidente Michel Temer no domingo (4), a Polícia Militar ganhou o centro das atenções da pior maneira possível. No final da manifestação pacífica, a PM agiu de modo desnecessário e truculento, lançando bombas, gás lacrimogênio e distribuindo bordoadas indiscriminadamente – nem um repórter da britânica BBC escapou!
Uma coisa é agir contra os vândalos. Outra, bem diferente, é promover a agressão ampla, geral e irrestrita a quem sai às ruas para expressar sua opinião.
O governador Geraldo Alckmin tem duas alternativas: ou se faz de morto e finge que nada de grave aconteceu ou enquadra seu comandados, identifica e pune quem cometeu excessos e evita que mais arbitrariedades ocorram.
Com o pé esquerdo
Na visita que fez a China para participar da reunião do G20, um dos objetivos do presidente Michel Temer era fortalecer a indústria nacional. Mas eis que ele foi a um shopping em Hangzhou e comprou um par de sapatos (R$ 389) e um cachorro eletrônico que fala chinês (R$ 195) – artigos de dois setores (calçados e brinquedos) que sofrem com a concorrência de produtos chineses.
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