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Medicamentos antiepiléticos

03/09/2016Da Redação
Medicamentos antiepiléticos | Jornal da Orla
A epilepsia é uma doença cerebral crônica na qual as crises epiléticas podem se apresentar de múltiplas formas, com início e fim bem definidos. Popularmente, a epilepsia é mais associada ao quadro denominado tônico-clônico, quando o indivíduo perde a consciência por alguns minutos, mantém-se rígido inicialmente e passa a apresentar tremores e contrações nas extremidades do corpo. Mas existem outras formas mais localizadas, sem perda da consciência.
 
Além de descontrole motor nos músculos, o quadro da epilepsia pode apresentar alterações nas vísceras, aumentando sua atividade, como, por exemplo, salivação excessiva. A crise também pode estar associada a uma sensação estranha no estômago ou na forma diferente de se perceber os sons. É uma sensação particular de perceber a crise.
 
Não é uma doença curável, mas passível de bom manejo medicamentoso. Em alguns casos, consegue-se seu controle por vários anos, sem apresentar nenhuma crise. Sob estrito controle médico, pode até ser possível a retirada dos medicamentos. Porém, estima-se que 30% dos pacientes sejam refratários, ou seja, as crises acontecem mesmo sob efeito do uso correto dos medicamentos. É uma doença com alta incidência, presente em até 3% da população ao longo da vida, sendo mais comum no primeiro ano de vida ou após os 60.
 
Na epilepsia refratária, a cirurgia pode ser uma opção. Outra alternativa, atualmente, há em curso o polêmico uso do canabidiol, derivado da maconha. Essa substância não apresenta os efeitos psicoativos característicos da droga fumada, que são causados pelo tetraidrocanabinol, também presente na planta.
 
O seu uso ainda é recente e mais estudos precisam ser realizados para se garantir eficácia e segurança. Pesquisa recente, envolvendo 214 pacientes, mostrou redução média mensal de 30% nos episódios da epilepsia refratária. Como reações adversas, o canabidiol causa sonolência (25%), perda de apetite (19%), diarreia (19%) e fadiga (13%). Como efeito paradoxal, 11% dos investigados tiveram piora no quadro convulsivo. Como sempre, todo medicamento tem lado positivo e negativo, cabendo ao médico avaliar o risco.
 
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.