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Bossa Sessions Experience – Foodies on Travel

03/09/2016
Bossa Sessions Experience – Foodies on Travel | Jornal da Orla
Recentemente a Rádio JO/Digital Jazz esteve presente no lançamento da Foodies On Travel, agência de turismo gastronômico, sediada na cidade do Rio de Janeiro, que tem por objetivo criar vínculos sociais diferenciados, compartilhando experiências através da culinária, vinhos, música e cultura.
 
O primeiro evento, denominado “Bossa Sessions Experience”, foi realizado com absoluto sucesso no charmoso bairro do Jardim Botânico, num belo casarão antigo que foi totalmente restaurado, conhecido como Casa XXVinte.
 
O Happy Hour, realizado no formato intimista para 60 pessoas, possibilitou um agradável passeio pelas cores, aromas, sabores e sons da cultura carioca. A parte musical contou com a apresentação da bela e talentosa cantora da nova geração, compositora e atriz carioca, Maria Thalita de Paula, que inclusive lançou um CD independente este ano chamado “Feito Por Mim”, ao lado de Celso Fonseca na guitarra, violão, direção musical e arranjos, João Faria no contrabaixo, Jorjão Barreto nos teclados, Flavio Santos na bateria e Junior Moraes na percussão.
 
A apresentação intimista contou com um incrível repertório de Bossa Nova e Jazz, apresentado no formato de voz, teclados e guitarra. E, nos intervalos, destaque para a presença do DJ Leandro Ravaglia, que apresentou uma seleção musical deliciosa.
 
As atrações gastronômicas também deram um toque muito especial ao evento de lançamento, com a participação da convidada especial, a Chef Fabiana Gemmal, especialista em petiscos brasileiros.
 
Já destaquei algumas vezes, aqui na coluna, o poder intenso de harmonização da Bossa Nova e do Jazz, com a degustação de bons vinhos. É uma união perfeita e muito prazerosa. Desta forma e seguindo esta experiência sensorial, foi oferecido também no evento, por um dos sócios da agência e expert em vinhos, Victor Marecos, uma variada carta de vinhos e espumantes de premiadas vinícolas do nosso país. 
 
A primeira fase do projeto tem como objetivo concentrar uma série de atividades na cidade do Rio de Janeiro. Os diretores da Foodies On Travel acreditam no enorme potencial para a exploração do turismo gastronômico na cidade, que possui uma enorme oferta de pratos, desde os mais sofisticados da cozinha internacional até os saborosos e exóticos da culinária típica brasileira. Outro diferencial será a realização de encontros exclusivos e intimistas unindo a gastronomia e a música, num local especial localizado no Alto da Boa Vista, com um jantar harmonizado preparado por um chef convidado, degustação de vinhos e uma apresentação de um grande nome da nossa MPB. Já estamos em tratativas também para que a agência organize um grupo de cariocas, para visitar a nossa cidade de Santos, prestigiando o RIO-SANTOS BOSSA FEST, que acontecerá em janeiro de 2017 e para o RIO-SANTOS
JAZZ FEST, que será realizado no mês de abril de 2017. 
 
Eles vão poder descobrir e vivenciar a nossa gastronomia local, conhecendo nossos bons restaurantes, nossas belezas naturais e também vão curtir uma boa música, que faz tão bem aos nossos ouvidos e corações. 
 
Mais informações das opções oferecidas pela Foodies On Travel, você pode conferir no portal www.foodiesontravel.com.

Evinha – “Uma Voz, Um Piano”
 
A cantora carioca Eva Gambus, conhecida como Evinha, gravou pela primeira vez, no ano de 1961, como integrante do famoso e afinado Trio Esperança, que fez muito sucesso na época da Jovem Guarda. 
 
Desde o início da década de 90, ela ao lado das suas irmãs Regina e Mariza, continuou a gravar na Europa com a terceira formação do Trio Esperança, muito bem recebidos pelo público e que receberam vários prêmios. Afastada dos estúdios desde o ano de 1999 e radicada na Europa desde o ano de 1976, ela acaba de lançar, pelo selo independente Des Arts, um CD com 14 faixas no formato intimista voz e piano, ao lado do seu parceiro de música e de vida há 39 anos, o maestro francês Gérard Gambus, no piano e produção.
 
Irmã dos Golden Boys, ela se despediu do Brasil no auge da carreira, quando foi convidada para integrar como “crooner” a famosa Orquestra de Paul Muriat, fixando residência em Paris, na França. Duas vezes por ano ela visita o Brasil para matar a saudade da família, dos amigos e dos fãs.

Cantar em família sempre foi um grande prazer para ela. A prova disso aconteceu em 2007, quando ela montou “Goldherança”, show contando a história de sua carreira e das trajetórias da Família Corrêa, com os Golden Boys e Trio Esperança.
 
A ideia de gravar o novo trabalho nasceu por acaso na temporada de shows que fez no Brasil, em 2015, quando, numa parte romântica da apresentação, interpretava algumas canções apenas acompanhada por um piano. Ao ver a boa receptividade do público com este formato nestes shows, o produtor Thiago Marques Luiz deu a ideia ao casal.  

Algumas canções são inéditas e foram presenteadas por Ivan Lins, Dalto, Fernando Brant, Antonio Adolfo, Tibério Gaspar, Abel Silva, Eduardo Gudin, Renato Corrêa, Guarabyra, Gérard Gambus e Carlos Colla.  Meus destaques ficam por conta de “Alguém Cantando”, “Lição de Amor”, “Do Jeito Que Você Tem”, “Uma Ponte Entre Rio e Paris”, “Aprender com o Mar”, “Teletema”, a instrumental “Em Cima da Hora” e “Casaco Marrom”.

Com este belo lançamento, Evinha pretende também resgatar a sua carreira solo e se reaproximar do público brasileiro.  E o seu maior desejo agora, como ela mesma afirmou: “é cantar, e cantar e cantar pelo Brasil e pelo mundo afora”.


Victor Biglione – “Mercosul”
 
Após três décadas da estreia de seu primeiro disco solo, o guitarrista argentino Victor Biglione, radicado no Brasil há mais de quatro décadas, retoma sua versão de compositor, lançando o CD independente, com 16 faixas inéditas, o 30º. da carreira, todas inspiradas na fusão cultural e rítmica do continente sul-americano.
 
Biglione quando entrou no Brasil, com apenas 5 anos de idade, fez sua entrada pelo porto de Santos. E, por esta razão, ele tem um grande carinho pela nossa cidade. Isso aconteceu no ano de 1964, quando seus pais, militantes do Partido Comunista Argentino, tiveram que sair do país e escolheram o Brasil para residir. Primeiro em São Paulo e, logo depois, para o Rio de Janeiro. A música entrou na sua vida, no início da década de 70, quando começou a tocar violão, por influência de um amigo hippie da sua mãe e, alguns anos mais tarde, se interessou pelo aspecto social do Rock e do Blues, como declarou em uma entrevista.
 
Já como guitarrista, passou pelo CLAM, escola de música idealizada pelo saudoso Zimbo Trio, e com uma carta de recomendação de peso, assinada pelo maestro Tom Jobim, ingressou na famosa Berkelee College Of Music, localizada em Boston, nos Estados Unidos.
 
Já no final da década de 70, definido musicalmente, se apresentava como guitarrista, violonista, produtor musical, compositor e arranjador. E, pelo seu talento ímpar, Victor Biglione consegue transitar sem nenhuma restrição entre os gêneros Jazz, Blues, Fusion, Bossa Nova e o Rock. Além de ter, na veia, inspiradas composições para trilhas sonoras do cinema, TV e teatro.
 
Luiz Melodia, Marina Lima, Sérgio Mendes, Gal Costa, A Cor do Som, Wagner Tiso, Lee Konitz, Cássia Eller, Leila Pinheiro, Marcos Ariel, Zé Renato, Léo Gandelman, Zélia Duncan, Chico Buarque, Andy Summers, Marcos Valle e Jane Duboc são apenas alguns nomes importantes que participaram da sua trajetória musical de sucesso. Com quase 80 composições autorais gravadas, 30 discos solos, Victor Biglione pode ser considerado um músico completo, com várias premiações e indicações importantes. 
 
Participaram ao seu lado, neste disco, o genial Luiz Alves no contrabaixo, Roberto Alemão na bataria e percussão, Claudio Infante, Horácio Lopez, Arthur Dutra e Murilo O’Riley na percussão, Zé Lourenço no piano, André Tandeta na bateria, DJ Marco Antonio e o cantor Zé Renato. Não deixe de ouvir “Mercosul Para Siempre”, “Monte Aconcagua”, “Punta Del Este Lounge”,  “San Telmo – Tango Y Bolero”, “Isla Margarita – Aribe Venezolano”, “Via Lagos – Araruama – Cabo Frio – Búzios”, “Desierto Del Atacama” e “Adiós Pampanero”.
 
Para mim, ele é o argentino mais carioca que já conheci e um fervoroso torcedor do Botafogo e do Salgueiro. Além de ser, na intimidade, um cara muito simples e muito bacana. Saudades das nossas caminhadas a pé ao lado do contrabaixista Luiz Alves, pelo bairro de Copacabana, onde visitamos os locais onde a Bossa Nova escreveu e ainda escreve a sua história.