A previsão média dos observadores especializados é de que o Brasil conquiste em torno de 25 medalhas, sendo cinco delas de ouro.
Essas 25 colocariam o país perto das dez maiores potências olímpicas. Talvez em 11º lugar. Uma façanha.
Esse talvez seja o grande legado desses Jogos Rio-16.
Alguns esportes se desenvolveram de maneira muito impressionante e surpreendente nas últimas décadas no Brasil. Vôlei, ginástica, judô, natação… O exemplo mais recente é o handebol feminino.
Uma série de fatores impulsionou esses esportes. A cobertura de televisão é um deles. O apresentador Luciano do Valle, já falecido, sempre é lembrado como um catalisador desse desenvolvimento. Investimentos de algumas empresas particulares e públicas em algumas modalidades, contratação de técnicos estrangeiros.
Esse crescimento esportivo brasileiro mão pode ser comparado ao projeto espanhol de Barcelona em 92 ou ao que 20 anos depois, em 2012, colocou os britânicos entre os três maiores ganhadores de medalhas em Londres.
Os ingleses cumpriram rigorosamente um planejamento de 12 anos. Os espanhóis colhem até hoje os frutos daquele trabalho. No Brasil, esse conjunto de fatores vai produzir um resultado não tão espetacular. Mas nem por isso menos importante.
O país vai percebendo que é possível. E a participação nesses Jogos do Rio pode significar um passo gigantesco nessa caminhada na direção de se tornar uma potência olímpica.
Se atletas olímpicos como Ademar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz e João do Pulo, do século passado, ou Arthur Zanetti, Maureen Maggi e Cesar Cielo, neste século, se multiplicarem em solo brasileiro, vai haver mais jovens treinando e menos jovens assaltando, matando e traficando, vai haver mais estádios e menos cracolândias, vai haver mais recordes e menos filas nos hospitais.
Uma estatística antiga mostra que cada real aplicado em esporte economiza de 5 a 6 reais na saúde pública.
Está mais do que na hora de transformar esse conhecimento teórico em políticas públicas concretas.
A história diz…
A rodada deste final de semana do Brasileirão vai selar o campeão do primeiro turno. Uma estatística promete esquentar ainda mais a briga pela ponta. Normalmente, o campeão do turno levanta a taça no final do ano. De 2006 a 2015, apenas em três oportunidades isso não aconteceu. Em 2008, o Grêmio liderou o turno, mas foi o São Paulo que acabou campeão. No ano seguinte, o Inter fechou em primeiro e o Flamengo, com uma arrancada épica, foi campeão. Em 2012, o Galo fez uma grande primeira metade de campeonato, mas sucumbiu e viu o Fluminense fazer a festa em dezembro.
Nunca completo
O primeiro turno vai terminar e o Santos, líder até o começo da última rodada, curiosamente não conseguiu usar a escalação titular em nenhum jogo do Brasileirão. Vanderlei, Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato, Vitor Bueno e Lucas Lima; Gabriel e Ricardo Oliveira entraram em campo pela última vez na final do Paulistão, contra o Audax, na Vila Belmiro. Lesões e convocações para a Seleção prejudicaram a equipe.
Equilíbrio
“O Campeonato Brasileiro mais equilibrado dos últimos tempos” é uma das frases mais escutadas na mídia esportiva atualmente. Com razão. A diferença do primeiro colocado para o sétimo é de apenas três pontos. Por esse equilíbrio, o campeão do primeiro turno só pode chegar no máximo a 36 pontos, a menor pontuação desde 2006, quando o Brasileiro passou a ser disputado entre 20 times. A marca mais baixa nesse período é do Inter de 2009 e do Corinthians de 2011, ambos com 37 pontos.
O primeiro
Gabriel Jesus foi vendido para o Manchester City e sai em dezembro. A saída do atacante palmeirense mostra mais uma vez a dificuldade dos clubes brasileiros em manter as revelações. Gabigol (foto), com os mesmos 19 anos, continua sendo especulado em diversos clubes europeus toda semana, assim como os companheiros Zeca e Thiago Maia. Não são apenas os clubes paulistas que sofrem com o assédio. Luan, do Grêmio, é outra joia que pode nem terminar o Brasileirão deste ano.