As eleições municipais deste ano vão revelar o que os eleitores pensam de todos os escândalos publicados diariamente pela mídia e que tiveram como ponto central o assalto à Petrobras. Os três últimos tesoureiros do Partido dos Trabalhadores foram presos por corrupção, o que faz do cargo a profissão mais perigosa do mundo. Além deles, altos dirigentes da legenda, outros políticos e donos de grandes empreiteiras foram condenados e enfrentam o frio de Curitiba. Definitivamente, o Brasil está mudando e chegou a hora de os eleitores opinarem.
 

Ao que tudo indica, o PT será massacrado nas urnas. Em São Paulo, maior cidade do país, o prefeito petista Fernando Haddad paga a conta do descalabro promovido por seu partido. Segundo pesquisa divulgada sexta-feira pelo Datafolha, Haddad ocupa a quarta posição na corrida eleitoral, com apenas 8% das intenções de voto, e uma rejeição de 45%, a maior entre todos os candidatos.
 

Em Santos a situação do partido também não é muito melhor. Pela primeira vez a legenda, que já governou a cidade em duas oportunidades, não deverá ter candidato ao Palácio José Bonifácio. O partido tende a apoiar a candidatura da jovem Carina Vitral (PC do B), presidente nacional da UNE. A ex-prefeita Telma de Souza, maior liderança do PT da região, que, registre-se, jamais teve seu nome ligado a qualquer falcatrua, deve apenas postular uma vaga no Legislativo.
 

O cenário para o PT, em nível nacional, é sombrio. O partido vai perder muitas prefeituras e tende a se desidratar por conta dos crimes e equívocos praticados por suas lideranças nacionais. É uma pena, pois houve uma época em que a legenda despertou a esperança da construção de um país decente.
 

Mas seria injusto atribuir a corrupção apenas aos governos petistas. Essa doença nefasta está enraizada em praticamente todos os partidos e somente uma ampla reforma política poderá mudar o atual quadro que levou o Brasil à sua maior crise econômica e moral. 
 

Os eleitores terão em outubro mais uma oportunidade de deixar o seu recado.