Notícias

Não precisa ir longe

02/07/2016Da Redação
Não precisa ir longe | Jornal da Orla
Ele foi um australiano de 82 anos. Seu instrumento de trabalho mais precioso era um binóculo. Com isso e mais uma conversa amiga, conseguiu salvar das garras do suicídio nada menos de quatro centenas de pessoas.
 
Ao realizar seu salvamento de número 401, foi entrevistado pela BBC Brasil, narrando a sua atividade. Corretor de seguros de vida aposentado, durante cinco décadas monitorou, de forma voluntária, o movimento no penhasco The Gap, perto de sua casa, nos arredores de Sidney. A média anual de suicídios no penhasco é de 50 pessoas. 
 
Donald Ritchie, que recebeu o apelido de “anjo da guarda”, ficava atento. Observando. Sempre que via alguém por ali, muito pensativo, ou ultrapassando as cordas postas no lugar, ia em direção à pessoa e puxava conversa. Não raro, convidava para um café, em sua casa – um dos seus métodos preferidos. E, com o café, oferecia um sorriso, uma palavra amável, uma conversa amiga, fazendo a pessoa mudar de ideia.
 
Por toda essa dedicação, Ritchie recebia muitas manifestações de agradecimento e carinho. Em sua porta, até hoje são deixadas cartas, pinturas e outros mimos. Naturalmente, ele não conseguia ter êxito total, mas a contabilização de 401 pessoas salvas, graças à sua atuação, é uma significativa marca. Ritchie morreu em 13 de maio de 2012, aos 86 anos.
 
[com base em texto da Redação do Momento Espírita]
 
À semelhança desse australiano, quantos de nós podemos realizar benefícios, sem ir muito longe de nossa própria casa, do nosso bairro. Tantas vezes idealizamos ser missionários em longínquas terras, em prestar serviços nessa ou naquela entidade internacional. E, contudo, bem próximo de nós, há tanto a se fazer. Tantas questões nos requerem a ação.
 
Bom, portanto, nos perguntarmos o que será que podemos fazer que ainda não foi feito e tem urgência de ser realizado, em nosso quarteirão, em nosso bairro, em nossa cidade. Não são poucos os exemplos que temos. Estudantes, donas de casa, profissionais diversos que se dedicam em horas que lhes deveriam ser de lazer, a servir ao próximo.
 
Jovens que buscam comunidades carentes para oferecer aulas de reforço escolar. Ou praticar esportes com as crianças, retirando-as das ruas. Donas de casa que se organizam em equipes para atender a pessoas do bairro, que enfrentam enfermidades longas, sem família por perto. Ou mães que trabalham fora do lar e têm necessidade de quem lhes atenda os filhos por algumas horas, no retorno da escola. Um detalhe aqui, outro ali. Quantas benesses!
 
Alguns salvam vidas como Donald Ritchie. Outros podemos salvar criaturas do analfabetismo, nos transformando em pontes entre o iletrado e a escola. Ou retirar do desespero uma pessoa em solidão que apenas espera que alguém se disponha a ouvi-la.
 
Pensemos nisso e nos disponhamos a ofertar a nossa palavra amável, a mão amiga, a presença atuante.
 
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE