Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 devem servir à cidade do Rio de Janeiro e não o contrário. A declaração foi dada pelo prefeito do município, Eduardo Paes (PMDB), ao fazer uma avaliação financeira sobre os dois eventos.
“O objetivo foi cumprido. O legado dos Jogos já faz parte da rotina dos cariocas, com a entrega de obras de infraestrutura e transporte, e das novas instalações esportivas. A opção por parcerias com a iniciativa privada e por instalações simples e funcionais permitirão que o evento seja realizado com excelência, sem sobrecarregar os cofres públicos nem deixar ‘elefantes brancos’, disse.
Segundo ele, a prefeitura é responsável pela execução de 93,5% da construção das arenas esportivas e todas, com exceção do Velódromo, já foram entregues e testadas. “Os 6,5% restantes referem-se basicamente à energia elétrica. O município viabilizou 70,3% dos R$ 7,07 bilhões gastos na construção das instalações olímpicas – a expressiva maioria através de parcerias com a iniciativa privada”, explicou.
O prefeito acrescentou que dos cofres municipais saíram R$ 732 milhões para estádios, o que equivale a apenas 1% dos R$ 65 bilhões investidos pela Prefeitura do Rio em educação e saúde entre 2009 e 2016. “Ao buscar soluções inovadoras para o financiamento das Olimpíadas e apostar em Parcerias Público-Privadas e Concessões, a prefeitura, mesmo sendo o principal ente governamental responsável pelos Jogos, tem saúde financeira e equilíbrio fiscal reconhecidos pelas principais agências de classificação de risco do mundo. Tanto que a cidade do Rio possui a maior taxa de investimento do Brasil e um dos menores índices de endividamento do país”.
Paes ressaltou que a maior parte dos recursos aplicados no Jogos Olímpicos (R$ 39,07 bilhões, ou 57%) vêm de fontes privadas. E dois terços deste valor (R$ 24,6 bilhões) são investidos em projetos de legado para a cidade. Ele cita relatório da agência Moody´s, que aponta que o volume investido só em infraestrutura no Rio correspondente a todos os investimentos da Copa do Mundo de 2014 nas 12 cidades-sede. A lista do legado inclui 150 km de BRTs e VLT, ampliação do metrô, revitalização da região do Porto e do Centro Histórico, urbanização de áreas degradadas, saneamento e reservatórios para combater alagamentos recorrentes. “Esse legado foi ampliado durante a organização dos Jogos: o compromisso no Dossiê de Candidatura era entregar 17 projetos, mas os moradores do Rio ganharão 27 até o evento”, afirmou.
No orçamento de R$ 7,07 bilhões, específico para a construção de instalações esportivas – a chamada Matriz de Responsabilidades -, 60% dos recursos são oriundos da iniciativa privada. Isso significa que R$ 2,8 bilhões investidos na montagem dos locais de competição vieram dos governos – o que representa apenas 7% do total do orçamento dos Jogos. O investimento do Governo Estadual, por exemplo, foi de apenas R$ 7,6 milhões para adaptação do Estádio de Remo, o que equivale a somente 0,1% do total.
Completando o orçamento dos Jogos, há ainda R$ 7,4 bilhões referentes à operação do evento, a cargo do Comitê Organizador Rio 2016. Estes recursos são exclusivamente privados (oriundos da venda de ingressos e direitos de transmissão, além de patrocínios e aporte do COI).
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